sábado, 19 de maio de 2007

Rituais x Força do Pensamento

Olá, amigos bruxos e simpatizantes da bruxaria! ;-)

Sim, depois de levar várias vassouradas na cabeça de meu querido irmão Angus, resolvi arrumar um tempinho e correr para uma lan house para escrever alguma coisa que possa ajudar a alguém a perceber nuances da magia.

Não sou didática como Angus, que está fazendo um excelente trabalho e me deixando muito orgulhosa do passo que demos neste blog. Minha função aqui é questionar, levantar polêmica e fazê-los avaliar certos pontos e dúvidas sobre o que é magia.

Bem, hoje escolhi um tópico que acho bastante curioso. Rituais têm a mesma força do pensamento? Afinal, o que são rituais?

Rituais são estruturados na magia para lhe permitirem chegar a determinado fim, seja ele físico ou espiritual. Há rituais de passagem, ao longo da história das religiões, onde os membros de um determinado grupo eram submetidos a provas para certificarem-se merecedores de serem PARTE daquele grupo. Na própria wicca há vários deles, em que os bruxos vão passando de grau em grau, como ensinou Angus algumas lições atrás com muita propriedade.

Porém, não é sobre isso que quero falar. Rituais existem para vários fins. A minha questão é: até que ponto eles são imprescindíveis na magia? Será que um bruxo deve seguir rituais pré-determinados ou ele pode inventar os seus próprios rituais? E se inventar, como saber que eles dão certo? Seria errado não seguir certas regras?

Voltamos à questão polêmica: o que é errado na magia?

Nada é errado. Tudo é escolha pessoal sua, não existe certo ou errado, bom ou mau. Você deve avaliar por um critério muito simples: tudo que fizer voltará para você três vezes. É uma lei da magia, conhecida como Lei Tríplice. E há a máxima: "Faça o que quiseres, contanto que não prejudiques ninguém."

Ora, se você segue essas máximas, não fará um ritual para prejudicar ninguém, especialmente a você mesmo! Por que faria algo errado, se sabe que você vai ter aquilo em retorno 3 vezes? Só se for um perfeito idiota, lamento dizer... *rs*

Então, baseada nisso, creio ser certo afirmar que pode inventar rituais próprios sim. Aliás, deve! Ouse! Seja criativo! Use seus conhecimentos para atingir o que você acha que deve! Porém, e isso é primordial, não mexa jamais com forças que não conhece. Não seja tolo de invocar o que "ouviu falar que funciona". Só mexa em seus rituais com forças que já conhece e que sabe poder controlar. Não desencadeie um problema para sua vida por querer "colocar a carroça na frente dos bois". Já vi muito bruxo se arrebentar feio por isso. Tenha cuidado!

Então, pensarão vocês, para que estudar rituais se posso inventá-los? Para aprenderem! Os rituais antigos foram criados para ajudarem bruxos a seguirem seu caminho de uma maneira mais protegida. Entendam como uma receita de bolo: alguém inventou a receita original. Se você nunca fez um bolo, tem ali a chance de fazer um bem certinho. Se já fez um monte, por que não acrescentar um ingrediente novo ou mesmo alterar medidas que sabe que darão um efeito incrível e perfeito? Entendem onde quero chegar?

Há rituais que são a "massa básica do bolo". Você simplesmente não pode fugir deles! Um bolo precisa de farinha, fermento, ovos. Sem eles, não sai bolo, sai uma coisa errada que parece um bolo... então, na magia, temos alguns elementos que são a "massa básica" que precisam ser utilizados em todos os nossos rituais, senão a coisa não acontece. Mas, creio que a partir disso, podemos criar sim. Precisamos de elementos do altar, alguns instrumentos básicos mágicos, etc... mas daí, você vai criando.

E vocês me perguntarão: "e se eu resolver seguir todos os rituais e jamais inventar?" Faça-o. Siga aprendendo até se sentir seguro para fazer o seu próprio ritual. Não irá diminuir em nada seu mérito, será um bruxo disciplinado e culto, e isso tem seu valor. Mas... você terá fé no que está fazendo? Estará confiando na sua força? Ou apenas no que os livros ensinam...? De que adianta conhecimento se não tem fé no que está fazendo?

Entendo que a força do pensamento é o primordial em qualquer ritual. É como a diferença entre fazer algo com conhecimento e fazer algo com amor, com paixão. Um locutor pode decorar um texto e o repetir disciplinadamente, com clareza e desenvoltura. Será sempre um locutor... hum... "competente", mas sem distinção entre outros também competentes. Mas, experimente dar a um ator o mesmo texto e mande-o ler com a sua paixão interior. Se acredita no que está interpretando e se entrega, o resultado é fenomenal! O texto ganha vida! Entendem agora a analogia?

Eu me confesso um desastre para rituais pré-estabelecidos, meus amigos bruxos sabem disso... tenho uma enorme dificuldade de concentração e se eu tentar decorar um texto enorme para um ritual importante, eu ficarei tão presa às falas que não conseguirei sentir a energia que realmente importa e me atrapalho toda! *rs* Então, mando tudo às favas e me entrego... e não é que a coisa funciona? *rs* Mas, por outro lado, conheço bruxas que conseguem realizar rituais complicadíssimos baseados em horários, posições de velas, tipo certo de incenso, etc, que fazem o ritual ficar emocionante. Elas conseguem conjugar o conhecimento ao amor, e isso é a perfeição (que eu confesso estar longe de atingir... ehehe).

Assim, a minha conclusão sobre o texto (que talvez tenha ficado mais confuso do que eu gostaria) é: o conhecimento é importante, lógico! Primordial! Para isso a necessidade constante de estudos e questionamentos. Mas a paixão no que faz, o amor com que se entrega à sua intuição, poderão surtir o mesmo efeito de um ritual pré-estabelecido. Porém, o ideal mesmo, é aliar os dois. Isso fará de vocês bruxos completos!

E você? Em que caminho está para a perfeição?


"E a Roda girou novamente... e os ventos frios do sul estão chegando..."

Bênçãos dos Deuses Antigos
Lorien

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Mudança no Nome dos Tópicos

Tinha que fazer algumas mudanças, à partir de agora os títulos dos tópicos serão "Tradições da Arte". Isto porque este título realmente é o que mais condiz com o assunto.
Sem mais
Angus

Tradições Wiccanas II

Primeiramente gostaria de agradecer à Cinthia por estar proporcionando-me um novo aprendizado sobre a Tradição Gardneriana. Obrigado amiga.
Queria comentar também que este blog tem por finalidade apenas orientar pessoas que se sentem atraídas pela Wicca, desculpe, mas não adianta mandar e-mails para minha caixa perdindo ajuda com encantamentos, tão menos para que eu ministre aulas de bruxaria.
Bom, fazer o que? Às vezes erramos. A própria Cinthia citou alguns pontos que precisaram de correção. O Dianismo não pode ser considerada uma tradição wiccana, pois ela não é igualitária. Então continuarei com o tópico mas que fique claro que Tradição Diânica não é Tradição Wiccana.

Tradição Diânica

O termo "Diânico" inclui muitas Tradições da Arte e podemos dizer que ele se refere à qualquer ramo da Bruxaria que enfatiza o feminino na humanidade, na natureza, na vida e espiritualidade acima do masculino.

Existentem atualmente duas categorias de Tradições Diânicas:

Primeira
Os que dão supremacia à Deusa, mas reconhecem o Deus em seu culto. Nestes ramos do Dianismo a Deusa exerce papel fundamental e central, sendo o Deus reconhecido muitas vezes como uma extensão Dela própria e mencionado secundariamente em alguns mitos e rituais dentro da Tradição. Estes ramos incluem homens e mulheres em sua estrutura. Diversos destes grupos surgiram dos esforços de Morgan McFarland e Mark Roberts em meados de 1971. Mesmo que atualmente muitos que pratiquem o Dianismo não pertençam à Tradição McFarland, podemos citá-los como formato Diânico igualitário mais antigo e como a raíz ou inspiração e influência para a formação das idéias e Tealogia de diversos grupos e Tradições Diânicas subsequentes.

Segunda
As Diânicas feministas, fortemente influenciados por Zsuzsanna Budapest com foco total na mulher, sem a participação de homens e reconhecimento e culto do Deus e das demais divindades masculinas em sua estrutura religiosa.
O histórico de Diana como Deusa virgem, indomada e de sacerdócio exclusivamente feminino é largamente conhecido. No entanto em seu Templo próximo ao lago Nemi, qualquer homem podia se tornar o Sacerdote de Diana após arrancar um ramo sagrado de uma determinada árvore e cumprir certos preceitos. O seu dever era manter os intrusos fora do recinto sagrado. Para exercer o papel de Sacerdote da Deusa ele se casava ritualmente com Egeria, a fonte de Diana. A Sacerdotisa de Diana, tocava o Sacerdote com as águas divinas e o coroava com uma grinalda declarando: "Tu és o Rex Nemorensis(Rei do Bosque)". Curiosamente, o Rex Nemorensis também recebia o título de Cornífero, nos remetendo ao Deus e o Casamento Sagrado entre o Rei e a Terra, praticado extensamente entre os antigos europes de origem celta.
Nessa Tradição, mesmo sendo Diânica, admite homens e confere aos seus Sacerdotes o mesmo status e poder que outros caminhos do Dianismo concedem somente às Sacerdotisas. Isso nos liga espiritualmente ao conceito do "Rex Nemorensis". Escolhemos este nome evidemente devido sua simbologia profunda. Assim o nome Nemorensis procura conferir à nossa Tradição uma identidade Diânica inclusiva, dando os mesmos direitos Sacerdotais a homens e mulheres no Dianismo.

Em muitas Tradições Diânicas a transmissão de uma linhagem só pode acontecer através de uma Alta Sacerdotisa. Acredita-se que o Dianismo possibilita a comunhão com os Poderes Divinos Femininos e o fortalecimento através deles.
A prática da Arte na Tradição se dá através de Covens, Groves e Círculos.
Um Coven é um grupo iniciático fechado com "no máximo" 13 membros, com fortes laços mágicos e de irmandade. Cada Coven possui suas leis, estruturas e diretrizes que pode variar substancialmente de um grupo para outro, mesmo estando dentro da mesma Tradição e praticando a mesma forma de Bruxaria.
O Grove é a extensão do Coven: um grupo iniciático maior, sem número predeterminado de membros, que é dirigido pelo Sacerdote e/ou Sacerdotisa de um Coven e algumas vezes por seus Elders, dependendo da estrutura e formação de cada grupo de prática.
Assim sendo, um Grove é formado através dos esforços dos membros de um Coven que participam ativamente na formação e instrução dos novatos. De acordo com nossa Tradição um Grove só pode ser formado e dirigido através de um Coven previamente estabelecido, sendo sempre parte integrante dele.
A Iniciação no interior de um Grove não liga seus membros diretamente ao Coven, mas sim à Tradição. Isso possibilita que indivíduos sejam treinados e instruídos dentro da Filosofia e forma da Arte que praticamos, fazendo com eles tenham uma experiência religiosa em grupo com bases sólidas e atinjam o perfil ideal para fundar e dirigir suas próprias comunidades no tempo certo, quando possuirem conhecimento suficiente para isso.
Quando um aluno completa seu ciclo de estudos e expressa o seu desejo de entrar para o Coven ou Grove, ele pode ou NÃO ser aceito para fazer parte do grupo que o está instruindo.
Nem todos os Covens e Groves possuem Círculos externos de estudos. Cada grupo é autônomo para decidir o que melhor funciona para a sua estrutura e comunidade.


Um Coven Diânico no RJ conhecido é o Círculo dos Dragões, mas há tempos que não tenho contato com nenhum membro deles.


Agradeço a todos por estarem acompanhando o blog. Espero que seja de alguma serventia.


Até a próxima

Angus Mac On

terça-feira, 8 de maio de 2007

Tradições Wiccanas

Demorei um pouco para juntar e arrumar o material que a partir de hoje começarei a colocar aqui.
Uma amiga e irmã falou comigo que está gostando do jeito que estou falando sobre Wicca aqui neste blog. Fico muito agradecido querida, espero que continue acompanhando, mesmo que nossa querida Lorien ainda esteja sem tempo para nos agraciar com suas palavras.
Tentarei ser o mais claro possível ao falar sobre um assunto tão delicado como são as tradições wiccanas. Claro que não conseguiria falar sobre todas elas em apenas um post, então vou separar e colocar um post para cada uma das grandes tradições.
Vamos lá!


Tradição Gardneriana

Esta vertente da wicca foi assim chamada por ter sido baseada nas pesquisas e aprendizado feitos por Gerald Brosseau Gardner (1884-1964), Gardner foi um obstinado estudioso do ocultismo, sendo ainda doutor em filosofia e literatura.
Ficou conhecido como "Pai da Wicca", foi capaz de trazer novamente à tona uma religião matriarcal que ele chamou de Wica. A antiga religião há muito não era mais comentada por razões que conhecemos, preconceitos e temores, dentre outros.
A Tradição define a Wicca como um caminho iniciático e uma religião de mistérios que guia os seus iniciados a uma profunda comunhão com os poderes da Natureza e da psique humana, conduzindo a uma transformação espiritual do indivíduo. Uma reunificação com as forças vitais naturais, embora não seja somente isso. Se fosse apenas isso, seria apenas mais um caminho xamânico. A Wicca é muito mais do que apenas um caminho panteísta. Ela é uma religião completa em si mesma e que utiliza a magia, um conjunto de técnicas capazes de alinhá-la com as forças naturais e utilizá-las como instrumento de realização.
Gardner mesmo tendo sido severamente criticado pelo segmento conservador da Antiga Religião por ter quebrado o segredo mantido durante séculos, surgiu a partir dessa época um movimento que não parou de se expandir e de crescer até hoje. Na Lua Cheia e nos Sabás, os wiccanos se reunem em grupos de mulheres e homens nas clareiras dos bosques, nos quintais, nas praias e até mesmo em apartamentos para despertar as energias, equilibrar-se as forças da natureza e acima de tudo cultuar a Deusa. São reverenciados os antigos deuses e reverenciados acima de tudo a Deusa e seu consorte o Deus de Chifres. Os nomes dos deuses variam conforme a tradição: Aradia e Cerridwen são nomes mais comuns para a Deusa e o Deus Cornífero é chamado de Cernunnos ou Herne. Embora muitas pessoas afirmem que a Wicca é uma religião não hierárquica e não dogmática, na Tradição Gardneriana existe uma hierarquia própria dentro dos covens e dogmas (matérias de fé) inquestionáveis a serem aceitos por seus membros. A Wicca possui uma estrutura, princípios e fundamentos que não podem ser negligenciados. A Wicca é uma Arte viva tanto na Europa quanto nas Américas. Ela não é mais uma sombra do mundo antigo, embora tenha suas raízes lá, e é fervorosamente discutida entre alguns antropólogos. Também não é um passatempo bizarro de alguns visionários. Trata-se muito mais de uma religião ativa que ganha diariamente um número crescente de adeptos. O mais importante, dentro dos fundamentos e mistérios wiccanianos, é a possibilidade de transformação pessoal que realmente ocorre quando a pessoa passa por um processo iniciático num coven. Na Wicca aprende a libertar-se de conceitos arraigados na mente por todo tipo de educação e condicionamento. Na Wicca inexistem conceitos maniqueístas e os sacerdotes desenvolvem a capacidade de expandir sua consciência interagindo com a Natureza por meio da própria natureza interior. É através da experiência sagrada com a Deusa e o Deus, e da sagrada união dos opostos, que honra a existência e compreende que Vida e Morte fazem parte do eterno espírito, presente em todos. É nesse sentido que a Wicca se revela uma religião libertária, onde não existe nenhum poder centralizado e dominante, sem julgamentos e punições.
A Tradição Gardneriana não concorda com todos aqueles que insistem que a Wicca é uma religião da Deusa onde não existem regras ou dogmas. O aspirante a sacerdote tem que passar por um período de estudo e aprendizagem que é definido por graus, cada grau no total de 3 vai qualificando o aprendiz à condição de sacerdote. Para os Gardnerianos, não há a autoiniciação e sim a autodedicação, que faz da pessoa um pagão e não um sacerdote ou sacerdotiza da Deusa.

Os três graus

Iniciação do Primeiro Grau
Formalmente a iniciação de primeiro grau torna-a uma bruxa(o) comum. Mas é claro que é um pouco mais complicado que isso.Como todos os bruxos experientes, existem algumas pessoas que são bruxas (ou bruxos) de nascimento muitas vezes podem tê-lo sido desde uma encarnação passada. Uma boa Sumo-Sacerdotisa ou Sumo-Sacerdote costuma detectá-las. Iniciar um destes bruxos não é "fazer uma bruxa"; é muito mais um gesto bidirecional de identificação e reconhecimento e claro, um Ritual de boas-vindas de uma mais-valia de peso ao Coven. No outro extremo, existem os que são mais lentos ou menos aptos muitas vezes boas pessoas, sinceras e trabalhadoras que o iniciador sabe que têm um longo caminho a percorrer, e provavelmente muitos obstáculos e condições adversas a ultrapassar, antes de se poderem chamar verdadeiros bruxos. Mas mesmo para estes, a Iniciação não é um mero formalismo, se o iniciador conhecer a sua Arte. Pode dar-lhes uma sensação de integração, um sentimento que um importante marco foi ultrapassado; e apenas por lhes atribuir a qualidade de candidato, (apesar de não parecer terem qualquer dom), o direito de se auto-denominarem bruxos, encoraja-os a trabalhar arduamente para merecerem esta qualidade. E alguns menos aptos podem tomá-lo de surpresa com uma aceleração súbita no seu desenvolvimento após a iniciação; então saberão que a iniciação resultou. No meio, encontra-se a maioria; os candidatos de potencial médio e forte capacidade de evolução que, se apercebem de uma forma mais ou menos clara que a Wicca é o caminho que têm procurado e porquê, mas que ainda estão no início da exploração das suas capacidades. Para estes, uma Iniciação bem conduzida pode ser uma experiência poderosa e incentivante, um genuíno salto dialéctico no seu desenvolvimento psíquico e emocional. Um bom iniciador tudo fará para que isso aconteça. Na verdade, o iniciador não está sozinho na sua tarefa (e não nos estamos apenas a referir ao apoio de algum companheiro ou dos outros membros do Coven). Uma Iniciação é um Ritual Mágico, que evoca poderes e deve ser conduzido com a confiança plena que esses poderes invocados se irão manifestar. Toda a iniciação, em qualquer religião genuína, é uma morte e renascimento simbólicos, suportados de forma consciente. No Ritual Wicca este processo é simbolizado pela venda e amarração, o desafio, a provação aceite, a remoção final da venda e das amarras é a consagração de uma nova vida.

Iniciação do Segundo Grau
A Iniciação de 2.º Grau promove um bruxo(a) de 1.º Grau a Sumo-Sacerdote ou Sumo-Sacerdotisa; não necessariamente a líder do seu Coven, claro. Um bruxo(a) de Segundo Grau pode iniciar outros apenas, claro, do sexo oposto, e para o 1.º ou 2.º Graus. A Iniciação pode ter repercussões psíquicas e kármicas muito fortes, e se for dada de uma forma irresponsável, os resultados podem tornar-se parte do karma do próprio Iniciador. Os líderes dos Covens devem lembrar-se disto quando decidem se alguém está pronto para o segundo grau, e perguntar-se a si próprios em particular se o candidato é maduro o suficiente para lhe ser confiado o direito de iniciar outros; se não, os seus erros podem muito bem recair no seu karma! Se um bruxo(a) de segundo grau acabado de iniciar tiver sido bem escolhido e devidamente ensinado, é óbvio que não estará ansioso de apressadamente iniciar pessoas só porque as regras o permitem. Existem três elementos que pertencem ao ritual de Segundo Grau que não são parte do ritual de Primeiro Grau. Primeiro, é atribuído ao Iniciado um nome de Bruxo (nome mágico), que ela ou ele escolheu previamente. A escolha é inteiramente pessoal. Pode ser um nome de um Deus ou de uma Deusa que expresse uma qualidade a que o Iniciado aspire, como Vulcano, Thétis, Thoth, Poséidon ou Ma'at. (Os nomes mais elevados de cada panteão particular, como Zeus ou Ísis, devem, sugere-se que sejam evitados; eles podem ser interpretados como arrogância implícita do Iniciado). Ou pode ser um nome de uma figura histórica ou lendária, de novo implicando um aspecto particular, como Amerfin o Bardo, Morgana, a Feiticeira, Orpheus, o Músico, ou Pythia, o Oráculo. Pode mesmo ser um nome sintético construído com as letras iniciais de aspectos que criem um equilíbrio desejável no Iniciado (um processo desenhado a partir de um certo tipo de magia ritual). Mas, qualquer que seja a escolha, não deve ser casual ou apressada; uma consideração e meditação aprofundadas antes da escolha é em si um ato mágico. Segundo, depois do Juramento o Iniciador ritualmente envia todo o seu poder para o Iniciado. Também isto não é uma cerimónia, mas um ato de concentração mágica deliberada, em que o Iniciador aposta tudo o possível em manter e lidar com a continuidade do poder psíquico na Arte. E em terceiro lugar, o uso ritual das cordas e do chicote é a ocasião para dramatizar uma lição acerca do que é muita vezes chamado de "efeito boomerang"; nomeadamente, que qualquer esforço mágico, quer para fazer o bem ou fazer o mal, retorna a triplicar para a pessoa que o faz.

Iniciação do Terceiro Grau
A Iniciação de Terceiro Grau eleva um bruxo ao mais alto dos três níveis da Arte. Resumindo, um bruxo de Terceiro Grau é totalmente independente, respondendo apenas aos Deuses e à sua própria consciência. Pode Iniciar outros no Primeiro, Segundo ou Terceiro Graus e pode fundar um Coven completamente autónomo que (ao contrário daqueles com líderes de Segundo Grau) já não está sujeito à orientação do Coven-Mãe. No entanto, é óbvio que enquanto permanecer membro do Coven-Mãe esta independência está suspensa; cada membro do Coven, qualquer seja o seu Grau, deve aceitar a autoridade da Sumo-Sacerdotisa e do Sumo Sacerdote; se um membro do Terceiro Grau já não o conseguir fazer, é altura de abandonar este Coven e fundar o seu próprio. É como diz na Lei: "Se eles não concordarem com os seus Irmãos, ou se disserem "não trabalharei sob esta Sumo-Sacerdotisa", a Antiga Lei tem sido sempre favorável ao Irmão e com o objetivo de evitar confrontos. Qualquer um do Terceiro pode reclamar o direito de fundar um novo Coven..."O Ritual de Iniciação do Terceiro Grau é o Grande Rito.



Bom meus queridos, como já tinha dito antes, eu não estou aqui para dizer se os Gardnerianos estão certos ou errados, cada um de nós tem que se sentir bem no local que escolheu para seguir os caminhos da Deusa e do Deus. Claro, se optarem por Gardner, terão mesmo que seguir os conceitos que ele afirmou. Bem tenho certeza que os conceitos básicos ele não tirou de sua mente, como disse no texto acima, ele realmente fazia parte de uma "sociedade" ou melhor dizendo "irmandade" que inclusive demonstrou muita irritação quando Gardner decidiu expor para todos os seus conhecimentos. Um livro que eu indicaria para quem quiser saber mais sobre estes Wiccanianos é Wicca Gardneriana de Mario Martinez.

Respondendo a uma pergunta que me fizeram, qual o termo certo: wiccanos ou wiccanianos? Bem, pelo português wiccanianos seria a grafia mais indicada, pois final "ano" se aplica somente a tradução de nacionalidade como indiANO, peruANO, americANO. Na verdade, wicca não é uma palavra traduzida, portanto, wiccano ou wiccaniano ou wiccan ou até mesmo wiccão, estão valendo. O mais importante é que continuemos a seguir a lei tríplice, celebrar e viver com a Deusa e o Deus em nossos corações.



Uma ótima semana a todos, que os Deuses os abençoem e até a próxima.

Angus Mac On

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Religião da Deusa (Wicca) Visão Geral

Olá pessoal, vou aproveitar enquanto minha sacerdotiza maravilhosa, anda ocupada com o trabalho e sem tempo para postar, para mostrar uma visão geral sobre covens de bruxos.
Em nossa última conversa, falamos um pouco sobre fazer ou não parte de um coven. Agora vamos falar sobre covens femininos, masculinos e mesclados.

Covens femininos, também conhecidos como Círculos Diânicos, são covens onde somente mulheres podem participar, isso é lógico. Muitas vezes os homens pensam que se tratam de lésbicas, por isso não permitem a presença masculina. Às vezes, nem bruxas conseguem perceber o significado, ou até, a própria essência de Círculos Diânicos. Eu mesmo, já presenciei mulheres falando mal de covens femininos.
Temos que levar em conta que a Wicca foi muito difundida pelas mulheres sendo uma religião baseada no feminino. Além disso, infelizmente até hoje as mulheres sofrem preconceito, seria hipócrita da minha parte se eu dissesse que nunca fui preconceituoso com uma mulher. Mesmo o conceito machista da atual sociedade, leva cada vez mais à criação de covens femininos. Muitas vezes apenas para que elas sintam-se seguras. Existem ainda um monte de motivos para que os Círculos Diânicos tornem-se ainda mais numerosos. Cabendo apenas aos Bruxos que queiram fazer parte de um coven, que procurem por um grupo adequado a seus ideais.


Covens masculinos já estão fora de moda, "rsrsrsrsrsrs", muito difundidos na Idade Média, sendo chamados às vezes de sociedades secretas. Hoje em dia, os grupos masculinos são até mesmo raros de ser ver, entenda-se que as vezes encontramos grupos que tenham somente homens, mas na maioria das vezes, é porque nenhuma mulher os procurou para fazer parte do coven.

Chamo a atenção novamente para o preconceito, não somente por parte dos homens, encontro muitos casos que o perconceito vem das mulheres, um acha o outro grosso e insensível, o outro acha que são frescas e tolas. Temos que perceber que o chamado da Mãe e do Pai é para todos aqueles que devem ouvir, não importando o sexo, a cor ou a nacionalidade. Antes de se considerar um Bruxo ou uma Bruxa, deve-se lutar seus próprios conflitos e vencê-los, pois somente assim poderá ter um desenvolvimento, um crescimento espiritual dentro da Religião da Deusa.

Covens mesclados, hoje em dia são muito comuns. A combinação do masculino com o feminino, a energia gerada pela parte e pela contraparte. Não estou aqui para dizer o que é o certo e o errado, covens mesclados dão muito certo às vezes, mas também, podem dar muito errado. Isso depende do respeito entre os membros. Um casal de sacerdotes, um casal para os quadrantes, um casal de guardiões e mais um que pode mesmo ser uma pessoa que está aprendendo com o grupo, totalizando 13, é uma boa pedida, mas não devemos nos ater a detalhes, o círculo pode ter tantos quantos forem necessários contanto que estejam introsados.


Espero ter conseguido ajudar um pouco, quem quiser saber um pouco mais, pode comentar que eu responderei com o maior prazer.

Abraços a todos, que os Deuses iluminem vossa semana.

Angus

sábado, 14 de abril de 2007

Juntos ou Separados, Coven ou Solitário

Como é o compromisso deste blog, procuraremos lidar sempre com os temas que causam certa polêmica no mundo da bruxaria.

Agora vamos falar sobre fundar ou procurar um coven ou mesmo seguir sozinho.

Sempre haverá aquele camarada que se acha muito bom na magia, que se acha apto a te dar conselhos, que perguntará qual o seu grupo?
Bom, se você chegar para ele e disser que é solitário, o camarada irá torcer o nariz, achando que você não sabe nada. Eu com certeza iria deixar as coisas assim, porque sempre é melhor quando as pessoas não sabem até aonde vai o seu conhecimento, seu estudo da Arte.
Às vezes isto se torna chato, e gera várias dúdidas:
Preciso realmente de um Coven?
Um coven irá aumentar meu poder?
E se as pessoas não gostarem de mim?
Um Coven é realmente um caminho necessário?
Estas são apenas algumas das perguntas que fazemos.
Sou bruxo, sou solitário no momento, já fiz parte de vários covens, fui solitário por tempo suficiente na vida.
Posso afirmar-lhes que em um coven a magia é bastante forte, isso porque além da sua vontade, você conta com a de várias pessoas que te ajudam a executar determinada magia. Quando o coven flui abertamente, seus componentes só tem a crescer, contando com os objetivos alcançados, todos tendem a aumentar a autoconfiança que é primordial na magia.
Como podem ter notado, o coven aumenta o poder de cada indivíduo, porque há a ação em grupo.
Quando um coven não dá certo, quando seus componentes não vibram na mesma sintonia ou quando há desavença, todos só tendem a cair, a ver seus poderes diminuídos, porque sempre de uma forma ou de outra empregamos nossas forças em um objetivo no caso o coven. Além de às vezes fazermos inimigos, acabamos por passar momentos difíceis em nossas vidas, tudo isso por causa do coven que não deu certo.
Bom essas são apenas algumas das coisas que nos levam muitas vezes a sermos solitários. Contudo não se enganem, um coven ou apenas passar por covens é uma experiência muito gratificante. Eu seria definitivamente um tolo se dissesse a vocês que fazer parte de um coven é essencial para ser bruxo, sendo igualmente tolo se dissesse que devemos sempre procurar um coven para fazer parte. Seria realmente idiota dizer que não vale a pena fazer parte de um grupo, porque ser solitário é a melhor opção.
Fazer ou não parte de um coven é uma decisão pessoal, com o tempo de experiência e com os anos de estrada que tenho, posso dar apenas um conselho: vale sempre a pena ter experiências novas.
Na vida os erros e os acertos nos ajudam a crescer, muitas vezes dos tolos os sábios tiram lições importantes.
Sintam-se livres para tomar suas decisões, eu também estou na torcida por vocês.

Angus

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Livre Arbítrio na Bruxaria

Olá, bruxos!

Hoje resolvi abordar um tema que muito é debatido: até onde a bruxaria é manipuladora? Até onde isso é certo ou não? Qual o limite para a ética na bruxaria?

Ouvimos muito as pessoas pedindo um feitiço para trazer o amor de sua vida para elas... até aí, nada demais. O problema é que elas ACHAM QUE SABEM QUE DETERMINADA PESSOA É O AMOR DA VIDA DELAS! E muitas vezes não é... e como colocar isso na cabeça delas?

Já passou por aquela fase do primeiro amor? Aquele amor da adolescência, que achamos que é para sempre e tal? Então, passam os anos... e você reencontra aquela pessoa e pensa: "Por Merlin, como pude me apaixonar por ele (a)? Não tem nada a ver comigo!" As pessoas mudam e nem sempre podemos avaliar que mudança não nos vai agradar, quando estamos cegos de paixão. Então, aquela não era a pessoa certa para você... mas falasse isso na época da sua paixão, iria acreditar?

Bem, então, voltemos ao tema: alguém te pede um feitiço para prender determinada pessoa a
ela. Vai funcionar?

Hum... provavelmente sim... mas será que é certo mexer com o livre arbítrio da outra pessoa? Obrigá-la ao que não quer vivenciar ou não está pronto ainda para vivenciar, porque simplesmente você QUER isso? Já pensou no desespero que ela vai ficar com isso? E lembre-se: se ela vai ficar aflita, imagine você? Tudo que fazemos volta para nós 3 vezes... o sofrimento da distância será maior para quem fez o feitiço do que para quem é a vítima dele... É uma situação aflitiva e doentia, será que vale a pena?

Se ela tiver que ser o amor de sua vida, será. Não é preciso feitiço nenhum para obrigá-la a isso. Sua vaidade pessoal e nem seu orgulho precisam obrigá-la. Ela virá naturalmente, sem feitiço nenhum. Se não tiver que ser, não tem que ser obrigada por nada, menos ainda por você.

Quem é feliz ao seu lado, se sente bem com sua presença, não precisa ser amarrado. Ficará ao seu lado por opção própria, não precisa de correntes. Se não se sente, por que prendê-la? Deixe-a partir e olhe ao redor. Há outras oportunidades te esperando.

Interferir no livre arbítrio da pessoa não é ser bruxo, é ser psicótico e manipulador. Quer um amor? Quer encontrar o amor de sua vida? Pois faça um pedido aos deuses que tragam a pessoa certa para sua vida, que as energias da natureza trabalhem para trazer o seu amado (a), sua alma gêmea para seu lado. Ela virá, no tempo certo, sem precisar de "amarração" e nem magia. Ela pertence à sua vida e sentirá seu chamado. E virá de bom grado, os deuses apenas "acelerarão" o processo natural disso. Mas, isso é bem diferente de obrigar determinada pessoa. Entendem a diferença?

E vai que sua alma gêmea esteja ao seu lado e você nem enxergue pela fixação em outra pessoa que não é para ser sua?

;-)

Pense nisso! Ou, talvez, os deuses te tragam a mesma pessoa que você ama, mas sem amarras. É muito mais gostoso, não acham?

Conquistar não é possuir, é cativar. Afinal, nós nunca ouvimos falar de um escravo que ame verdadeiramente seu dono... ele quer ser livre, não um objeto do capricho pessoal de ninguém.


Bênçãos Daquela que é Mãe de todas as coisas vivas e selvagens
Lorien

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Lendas sobre bruxaria

Olá, bruxos!

Hoje resolvi colocar algumas coisas cretinas que sempre vão perguntar a vocês sobre bruxaria ou mesmo, ensinar algumas respostas cretinas para perguntas mais cretinas ainda sobre nós. Vamos desmistificar!

1) Bruxos não voam de vassoura!
Vocês sabem o simbolismo da vassoura? O cabo da vassoura representa o mastro, a varinha, o falo. Portanto, associada à fertilidade, é até hoje utilizada em casamentos bruxos, onde os noivos pulam a vassoura, para atrair fertilidade ao casamento.
O falo é a representação do masculino, do Deus que fertiliza os campos. Assim, as nossas irmãzinhas bruxas na idade média metaforicamente "montavam" nele, e usando vassouras, corriam pelos campos, abençoando-os e chamando fertilidade às colheitas. Ora, tentem ver a cena de longe! Ela corre e dá um salto: vendo a cena de longe a vemos por alguns momentos no ar. Pronto! Feita a lenda de que elas voam! Como quem conta um ponto acrescenta um ponto, de um inocente saltinho já contaram vê-las voando metros acima do chão...
Ninguém merece... ehehehe
Quem me dera voar de vassoura! Combustível zero, sem trânsito e chegando rapidamente onde quero. Olha que tudo? Mas, tenho que desmistificar: não rola isso! Uma pena...

2) Não nos transformamos em animais!
Gente, francamente, vocês andam assistindo muito aos filmes de Harry Potter! *rs* (inclusive eu não gosto do assunto... aham...)
Mas, lamento dizer, não nos transformamos em bichos ou plantas. Não fazemos transfigurações. Podemos, sim, no máximo, utilizar um feitiço chamado Glamour, que nos faz aparentar uma fisionomia diferente da nossa (humanamente falando), mas nada de "realmente nos transformar em bichos". Por favor, se você algum dia presenciar isso, está profundamente hipnotizado por algum bruxo bastante magnetizador. Isso não é real, ok?

3) Não fazemos pactos com o Diabo!
Pessoal, para começar, nem mesmo acreditamos em Diabo... isso é uma invenção da igreja, que por acaso, lembra bastante a forma do Deus Cornífero em suas imagens, porém, acrescentando algo bastante demoníaco à imagem para aterrorizar aos crédulos. A idéia era denegrir a imagem dos nossos deuses e então, o que mais prático do que deturpar tudo que cultivamos?
Não fazemos pacto de sangue com diabo, não copulamos com ele em Sabbats e menos ainda, bebemos sangue durante rituais. Isso é magia negra e não tem nada a ver com bruxaria, ujma religião que cultua a Terra e considera e respeita muito todos os seres viventes nela.

4) Não cozinhamos crianças em caldeirão e nem bebemos seu sangue!
Se alguém, algum dia, te disser que é bruxo e que precisa fazer isso em rituais, chame a polícia. Ele é um assassino e não um bruxo! Precisa ser preso porque é um perigo para a sociedade.
Bruxos não matam e nem bebem sangue para se fortalecer. Que coisa maluca!

Bem, vou tentar me lembrar de mais coisas depois. Por enquanto, o que posso dizer é: quando você ouvir esse tipo de pergunta idiota, seja bem cretino na resposta. Use sua criatividade para a pessoa se sentir ridícula, porque francamente são coisas que não fazem o menor sentido!

Não ache que ser bruxo é pendurar um pentagrama no pescoço, se vestir de preto e usar móbiles de fadas penduradas no seu quarto. Ser bruxo é muito mais do que aparentar ser bruxo. Ser bruxo é sentir e não mostrar, ok?

Bênçãos Da Senhora do Arco de Prata

Lorien

terça-feira, 27 de março de 2007

Eu sou diferente!

Esta é uma afirmação que já me fiz diversas vezes nesta vida. Tenho certeza que muitos de vocês também a fizeram, não é verdade?
A questão principal é:
- Por que eu sou diferente?
A resposta não é somente porque ninguém é igual. Isso é pouco.
Vou tentar explicar com uma situação que aconteceu hoje no trabalho comigo.
Trabalho com um colega que é testemunha de jeová, eu sei, muita gente torce o nariz para eles, vivem tentando converter quem eles encontram pela frente, dentre outras coisas, mas eu sou paciente. Bem, depois de falar por uns 30 min. eu fiz minha primeira pergunta:
- Meu caro, você seria capaz de escutar se eu quisesse te falar algumas coisas? - Ele respondeu:
- Sim. - É claro que eu não acreditei na convicção com que ele disse isso, mas vamos lá.
Depois de falar mais um pouco, ele chegou naquela parte , perdão de pecados, de salvação, vida eterna, essas coisas. Tenho quase certeza de que ele não estava preparado para o que falei em seguida e eu disse:
- Cara, eu não consigo compreender este conceito de vida eterna, porque não consigo desejar a vida eterna como você. - Nesse ponto, ele parou de fazer o que estava fazendo e chegou para perto e eu continuei - Vou ser sincero com você, se minha vida fosse eterna seria um saco! Cara, pensa bem, você vai sempre querer aprender coisas novas, isso é do ser humano, mas com a vida eterna, chegará uma hora que você saberá sobre tudo. Não, eu quero viver várias vidas, quero conhecer meu primeiro amor várias vezes, ver meus filhos nascerem em tempos diferentes, quero em cada vida, adquirir mais um pouco de conhecimento, discernir o que é bom e o que é mal de forma diferente em cada nova vida, estar sempre em evolução. Quando chegar a um estágio superior, passar para o proximo degrau, ajudar outros espíritos a chegar no mesmo patamar que eu vou alcançar. Ele ficou parado me olhando por uns 2 min., eu sustentei o olhar, então ele se virou e foi trabalhar.
Bom, eu não sei se ficou claro para vocês, então eu vou ser mais direto, mas somente desta vez. Nós que lidamos desta forma com a vida, temos ideologias muito distintas das outras pessoas, quanto mais conhecimento na vida você adquire, mais seus pensamentos serão diferentes. Se elas acreditam que Deus existe e que o nome desse deus é Jeová, nós passamos a acreditar cada vez mais que a Deusa está ali e que pode ser chamada por 1000 nomes.
O nosso amor pela natureza, nossas comemorações, nosso jeito de pensar, nossa força espiritual, nossa vontade, nosso amor pela Deusa, nosso amor pelo Deus, nosso amor pela Lua, nosso amor pelo Sol, essas são apenas um pouco do que nos faz diferentes.

Até agora eu mostrei muitas das coisas que nos fazem diferentes. Agora pare e pense, você lembra de ver a palavra "magia" citada alguma vez no texto acima? Leia novamente!

Pois é né? Como pode um cara chegar aqui e falar tanto em um blog sobre bruxaria e não citar a palavra magia nenhuma vez? Simples, magia não deve ser muleta para apoiar os bruxos e sim a corda e o gancho para que possamos escalar as montanhas enormes que são os desafios da nossa vida.

Abraços,

Angus

sexta-feira, 23 de março de 2007

O que é ser Mago?

Amigos bruxos

Hoje resolvi colocar alguns passos para tentar, humildemente, explicar um pouco do que seja "Ser Um Mago". O que é magia, senão alquimia da vida? Acho que vale a pena tentar pensar a respeito de algumas "regrinhas" aqui colocadas. Se conseguir vivenciar e trabalhar em cima de pelo menos 70% delas, você já está indo bem à beça no caminho dos Deuses! *rs* Eu confesso que ainda estou tentando, mas um dia chego lá...

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O que é ser Mago?

Mágico é trabalhar com o invisível.
Mágico, hoje, é ter respeito humano.
É ver o destino nos astros. É saber cuidar do corpo, da mente e do espírito.
É montar um ritual para a vida, conhecer o oculto, harmonizar-se com a natureza.
É ser gente das estrelas amando a Terra.
É amar a todos e ser amado por todos.
Isso é a magia do ser!
E todos podem ser magos, mas nunca será mago o desequilibrado e nem o que cultiva o desamor.
Não é mago o empresário que tem escravos em vez de colaboradores.
Não é mago o governante corrupto, nem o racista, nem o que destrói a natureza, nem o repórter que dá palpite sobre o que não conhece, nem o médico que busca a riqueza pela medicina.
Mago é o cientista de mente aberta, o jornalista que apenas informa.
Mago é o pacífico e o que é justo.
Mágico é curar com os cristais, com as cores, com as plantas, com as flores ou só com as mãos.
É trabalhar com terapias alternativas.
É ter um contato com o Cosmos, manter esse contato e saber fazer outros entrarem em contato.
Mago é o pesquisador que persegue a cura da doença.
Mago é o que consegue ver a sua própria realidade antes de buscar descobrir os segredos da realidade das estrelas.
Mágico é viver pela eternidade, mas conseguir receber aqui mesmo os tesouros que as traças não comem.
Mágico é encontrar a alma gêmea e viver o amor eterno.
É a coragem de ser pioneiro, sonhar e trabalhar pela utopia da Nova Era.
Mágico é descobrir, compreender, aceitar e vivenciar que os deuses estão dentro de você.
Magia é a iniciação.
É deixar de ser alienado e descobrir que bem e mal não existem, são as escolhas que você faz todos os dias que te tornam mais próximo da divindade.
É ter coragem de se olhar no espelho e encarar você mesmo, sem medo de sua sombra.
Mágico é lembrar-se de comprar dois pães em vez de um. É saber sempre dividir, ser sempre "nós" ao invés de "eu sozinho", porque na bruxaria somos todos irmãos diante dos deuses.
Mágico é proteger as crianças, porque elas são o futuro de nosso planeta.
É não ter medo de quebrar as algemas.
É o saber. É a luz do conhecimento.
É o bom livro, uma boa música e o velho e bom incenso.
Mágicas são as artes.
Mágico é ajudar.
Ser mago não é só saber fazer de vez em quando um ritual mágico, é fazer do dia-a-dia um ritual de amor!
Ser mago é destruir os castelos de areia do equívoco e da fantasia e ser o arquiteto da base sólida da casa humilde da verdade.
Ser mago não é julgar, mas providenciar o espelho e ter respeito de deixar quem precisa sozinho consigo mesmo, para que possa enfrentar sua sombra.
Ser mago é saber guardar silêncio no momento delicado e nunca dar as costas a quem busca conhecimento.
Os dogmas não são mágicos, nem querer que as pessoas tenham fé cega é magia.
Ser mago é mostrar o caminho da certeza de cada um.
Mágica é a religião que não tem regras, nem promessas e nem ameaças, porque para se amar é preciso ser livre. Alguém "amarrado" e assustado não pode amar plenamente.
Mago é o que tem poder "para" e não poder "sobre" algo ou alguém.
Magia negra é não ter respeito por tudo e por todos.
Magia pura é descobrir que o poder maior está no amor.

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Espero que entendam que magia não é nada espetacular e nem nada assombroso. Se busca ser bruxo pelo poder que isso proporciona, esqueça a Arte! Saia dela antes que se decepcione! O Poder maior está nas coisas simples, na transformação diária, no amor que é capaz de projetar ao universo e na paz que você vai proporcionar a si mesmo e aos que se aproximarem de você. Querer aprender magia para impressionar os outros não é alquimia, é vaidade pessoal e isso nós descartamos com desprezo. A maior alquimia está em transformar você mesmo. No dia que aprender isso, será um mago completo.

Existem poucos magos por aí... será você um deles?

Bênçãos dos Deuses Antigos
Lorien

quinta-feira, 22 de março de 2007

Bem-vindos, bruxos!

Que bom que chegou por aqui (se chegou, é um bruxo... ehehe)!

São muitos os caminhos que nos levam ao nosso destino, e de onde menos esperamos, surgem idéias, pessoas e acontecimentos que nos direcionam para a nossa estrada.

A idéia desse blog surgiu do encontro de dois irmãos na Arte que se encontraram um dia numa estrada perdida no meio do nada, em Vargem Grande... ehehe Jamais poderíamos imaginar que nossas vidas se cruzariam de forma tão instensa e que um dia seríamos parceiros em ensinamentos aos que, um dia, ainda seguirão por essa estrada com pés mais firmes.

Nossa intenção não é de forma alguma sermos mestres e nem mesmo exemplos a serem seguidos. Seria irresponsabilidade e muita pretensão querer formar bruxos na net, sem contar que seria completamente ridícula a idéia. Ser um mestre vai muito além de orientação virtual. É preciso acompanhar de perto cada passo de seu discípulo, corrigir erros e treinar de perto, olhando nos seus olhos, o que não é possível através da net.

A nossa única idéia é orientar um pouco aqueles que como nós, um dia chegaram à estrada por um chamado dos deuses e não sabem por onde começar. Apenas isso. Nada muito ambicioso, apenas uma forma de ajudar um pouco aos que buscam. Então, cada um seguirá seu destino e aprendizado por sua própria estrada. Digamos que a idéia é apenas apontar a direção certa, nada de guiar ninguém. Seríamos dois loucos se nos propuséssemos a isso!

Então, espero que seja útil a vocês o que vão ver por aqui. Aceitamos sugestões e dúvidas, e procuraremos esclarecer o que for possível. Se não for, certamente indicaremos as fontes para conseguirem isso.

Agradecemos por chegarem até aqui. E esse é só o começo.

Bênçãos dos Deuses Antigos
Lorien e Angus Mac Og