quarta-feira, 16 de maio de 2007

Tradições Wiccanas II

Primeiramente gostaria de agradecer à Cinthia por estar proporcionando-me um novo aprendizado sobre a Tradição Gardneriana. Obrigado amiga.
Queria comentar também que este blog tem por finalidade apenas orientar pessoas que se sentem atraídas pela Wicca, desculpe, mas não adianta mandar e-mails para minha caixa perdindo ajuda com encantamentos, tão menos para que eu ministre aulas de bruxaria.
Bom, fazer o que? Às vezes erramos. A própria Cinthia citou alguns pontos que precisaram de correção. O Dianismo não pode ser considerada uma tradição wiccana, pois ela não é igualitária. Então continuarei com o tópico mas que fique claro que Tradição Diânica não é Tradição Wiccana.

Tradição Diânica

O termo "Diânico" inclui muitas Tradições da Arte e podemos dizer que ele se refere à qualquer ramo da Bruxaria que enfatiza o feminino na humanidade, na natureza, na vida e espiritualidade acima do masculino.

Existentem atualmente duas categorias de Tradições Diânicas:

Primeira
Os que dão supremacia à Deusa, mas reconhecem o Deus em seu culto. Nestes ramos do Dianismo a Deusa exerce papel fundamental e central, sendo o Deus reconhecido muitas vezes como uma extensão Dela própria e mencionado secundariamente em alguns mitos e rituais dentro da Tradição. Estes ramos incluem homens e mulheres em sua estrutura. Diversos destes grupos surgiram dos esforços de Morgan McFarland e Mark Roberts em meados de 1971. Mesmo que atualmente muitos que pratiquem o Dianismo não pertençam à Tradição McFarland, podemos citá-los como formato Diânico igualitário mais antigo e como a raíz ou inspiração e influência para a formação das idéias e Tealogia de diversos grupos e Tradições Diânicas subsequentes.

Segunda
As Diânicas feministas, fortemente influenciados por Zsuzsanna Budapest com foco total na mulher, sem a participação de homens e reconhecimento e culto do Deus e das demais divindades masculinas em sua estrutura religiosa.
O histórico de Diana como Deusa virgem, indomada e de sacerdócio exclusivamente feminino é largamente conhecido. No entanto em seu Templo próximo ao lago Nemi, qualquer homem podia se tornar o Sacerdote de Diana após arrancar um ramo sagrado de uma determinada árvore e cumprir certos preceitos. O seu dever era manter os intrusos fora do recinto sagrado. Para exercer o papel de Sacerdote da Deusa ele se casava ritualmente com Egeria, a fonte de Diana. A Sacerdotisa de Diana, tocava o Sacerdote com as águas divinas e o coroava com uma grinalda declarando: "Tu és o Rex Nemorensis(Rei do Bosque)". Curiosamente, o Rex Nemorensis também recebia o título de Cornífero, nos remetendo ao Deus e o Casamento Sagrado entre o Rei e a Terra, praticado extensamente entre os antigos europes de origem celta.
Nessa Tradição, mesmo sendo Diânica, admite homens e confere aos seus Sacerdotes o mesmo status e poder que outros caminhos do Dianismo concedem somente às Sacerdotisas. Isso nos liga espiritualmente ao conceito do "Rex Nemorensis". Escolhemos este nome evidemente devido sua simbologia profunda. Assim o nome Nemorensis procura conferir à nossa Tradição uma identidade Diânica inclusiva, dando os mesmos direitos Sacerdotais a homens e mulheres no Dianismo.

Em muitas Tradições Diânicas a transmissão de uma linhagem só pode acontecer através de uma Alta Sacerdotisa. Acredita-se que o Dianismo possibilita a comunhão com os Poderes Divinos Femininos e o fortalecimento através deles.
A prática da Arte na Tradição se dá através de Covens, Groves e Círculos.
Um Coven é um grupo iniciático fechado com "no máximo" 13 membros, com fortes laços mágicos e de irmandade. Cada Coven possui suas leis, estruturas e diretrizes que pode variar substancialmente de um grupo para outro, mesmo estando dentro da mesma Tradição e praticando a mesma forma de Bruxaria.
O Grove é a extensão do Coven: um grupo iniciático maior, sem número predeterminado de membros, que é dirigido pelo Sacerdote e/ou Sacerdotisa de um Coven e algumas vezes por seus Elders, dependendo da estrutura e formação de cada grupo de prática.
Assim sendo, um Grove é formado através dos esforços dos membros de um Coven que participam ativamente na formação e instrução dos novatos. De acordo com nossa Tradição um Grove só pode ser formado e dirigido através de um Coven previamente estabelecido, sendo sempre parte integrante dele.
A Iniciação no interior de um Grove não liga seus membros diretamente ao Coven, mas sim à Tradição. Isso possibilita que indivíduos sejam treinados e instruídos dentro da Filosofia e forma da Arte que praticamos, fazendo com eles tenham uma experiência religiosa em grupo com bases sólidas e atinjam o perfil ideal para fundar e dirigir suas próprias comunidades no tempo certo, quando possuirem conhecimento suficiente para isso.
Quando um aluno completa seu ciclo de estudos e expressa o seu desejo de entrar para o Coven ou Grove, ele pode ou NÃO ser aceito para fazer parte do grupo que o está instruindo.
Nem todos os Covens e Groves possuem Círculos externos de estudos. Cada grupo é autônomo para decidir o que melhor funciona para a sua estrutura e comunidade.


Um Coven Diânico no RJ conhecido é o Círculo dos Dragões, mas há tempos que não tenho contato com nenhum membro deles.


Agradeço a todos por estarem acompanhando o blog. Espero que seja de alguma serventia.


Até a próxima

Angus Mac On

Um comentário:

betoquintas disse...

parabéns! vc é um dos poucos q expos ao publico a evidente diferença entre a Wica e o Dianismo! pena q muitos ainda estão deslumbrados com o Dianismo brasileiro.