sábado, 19 de maio de 2007

Rituais x Força do Pensamento

Olá, amigos bruxos e simpatizantes da bruxaria! ;-)

Sim, depois de levar várias vassouradas na cabeça de meu querido irmão Angus, resolvi arrumar um tempinho e correr para uma lan house para escrever alguma coisa que possa ajudar a alguém a perceber nuances da magia.

Não sou didática como Angus, que está fazendo um excelente trabalho e me deixando muito orgulhosa do passo que demos neste blog. Minha função aqui é questionar, levantar polêmica e fazê-los avaliar certos pontos e dúvidas sobre o que é magia.

Bem, hoje escolhi um tópico que acho bastante curioso. Rituais têm a mesma força do pensamento? Afinal, o que são rituais?

Rituais são estruturados na magia para lhe permitirem chegar a determinado fim, seja ele físico ou espiritual. Há rituais de passagem, ao longo da história das religiões, onde os membros de um determinado grupo eram submetidos a provas para certificarem-se merecedores de serem PARTE daquele grupo. Na própria wicca há vários deles, em que os bruxos vão passando de grau em grau, como ensinou Angus algumas lições atrás com muita propriedade.

Porém, não é sobre isso que quero falar. Rituais existem para vários fins. A minha questão é: até que ponto eles são imprescindíveis na magia? Será que um bruxo deve seguir rituais pré-determinados ou ele pode inventar os seus próprios rituais? E se inventar, como saber que eles dão certo? Seria errado não seguir certas regras?

Voltamos à questão polêmica: o que é errado na magia?

Nada é errado. Tudo é escolha pessoal sua, não existe certo ou errado, bom ou mau. Você deve avaliar por um critério muito simples: tudo que fizer voltará para você três vezes. É uma lei da magia, conhecida como Lei Tríplice. E há a máxima: "Faça o que quiseres, contanto que não prejudiques ninguém."

Ora, se você segue essas máximas, não fará um ritual para prejudicar ninguém, especialmente a você mesmo! Por que faria algo errado, se sabe que você vai ter aquilo em retorno 3 vezes? Só se for um perfeito idiota, lamento dizer... *rs*

Então, baseada nisso, creio ser certo afirmar que pode inventar rituais próprios sim. Aliás, deve! Ouse! Seja criativo! Use seus conhecimentos para atingir o que você acha que deve! Porém, e isso é primordial, não mexa jamais com forças que não conhece. Não seja tolo de invocar o que "ouviu falar que funciona". Só mexa em seus rituais com forças que já conhece e que sabe poder controlar. Não desencadeie um problema para sua vida por querer "colocar a carroça na frente dos bois". Já vi muito bruxo se arrebentar feio por isso. Tenha cuidado!

Então, pensarão vocês, para que estudar rituais se posso inventá-los? Para aprenderem! Os rituais antigos foram criados para ajudarem bruxos a seguirem seu caminho de uma maneira mais protegida. Entendam como uma receita de bolo: alguém inventou a receita original. Se você nunca fez um bolo, tem ali a chance de fazer um bem certinho. Se já fez um monte, por que não acrescentar um ingrediente novo ou mesmo alterar medidas que sabe que darão um efeito incrível e perfeito? Entendem onde quero chegar?

Há rituais que são a "massa básica do bolo". Você simplesmente não pode fugir deles! Um bolo precisa de farinha, fermento, ovos. Sem eles, não sai bolo, sai uma coisa errada que parece um bolo... então, na magia, temos alguns elementos que são a "massa básica" que precisam ser utilizados em todos os nossos rituais, senão a coisa não acontece. Mas, creio que a partir disso, podemos criar sim. Precisamos de elementos do altar, alguns instrumentos básicos mágicos, etc... mas daí, você vai criando.

E vocês me perguntarão: "e se eu resolver seguir todos os rituais e jamais inventar?" Faça-o. Siga aprendendo até se sentir seguro para fazer o seu próprio ritual. Não irá diminuir em nada seu mérito, será um bruxo disciplinado e culto, e isso tem seu valor. Mas... você terá fé no que está fazendo? Estará confiando na sua força? Ou apenas no que os livros ensinam...? De que adianta conhecimento se não tem fé no que está fazendo?

Entendo que a força do pensamento é o primordial em qualquer ritual. É como a diferença entre fazer algo com conhecimento e fazer algo com amor, com paixão. Um locutor pode decorar um texto e o repetir disciplinadamente, com clareza e desenvoltura. Será sempre um locutor... hum... "competente", mas sem distinção entre outros também competentes. Mas, experimente dar a um ator o mesmo texto e mande-o ler com a sua paixão interior. Se acredita no que está interpretando e se entrega, o resultado é fenomenal! O texto ganha vida! Entendem agora a analogia?

Eu me confesso um desastre para rituais pré-estabelecidos, meus amigos bruxos sabem disso... tenho uma enorme dificuldade de concentração e se eu tentar decorar um texto enorme para um ritual importante, eu ficarei tão presa às falas que não conseguirei sentir a energia que realmente importa e me atrapalho toda! *rs* Então, mando tudo às favas e me entrego... e não é que a coisa funciona? *rs* Mas, por outro lado, conheço bruxas que conseguem realizar rituais complicadíssimos baseados em horários, posições de velas, tipo certo de incenso, etc, que fazem o ritual ficar emocionante. Elas conseguem conjugar o conhecimento ao amor, e isso é a perfeição (que eu confesso estar longe de atingir... ehehe).

Assim, a minha conclusão sobre o texto (que talvez tenha ficado mais confuso do que eu gostaria) é: o conhecimento é importante, lógico! Primordial! Para isso a necessidade constante de estudos e questionamentos. Mas a paixão no que faz, o amor com que se entrega à sua intuição, poderão surtir o mesmo efeito de um ritual pré-estabelecido. Porém, o ideal mesmo, é aliar os dois. Isso fará de vocês bruxos completos!

E você? Em que caminho está para a perfeição?


"E a Roda girou novamente... e os ventos frios do sul estão chegando..."

Bênçãos dos Deuses Antigos
Lorien

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Mudança no Nome dos Tópicos

Tinha que fazer algumas mudanças, à partir de agora os títulos dos tópicos serão "Tradições da Arte". Isto porque este título realmente é o que mais condiz com o assunto.
Sem mais
Angus

Tradições Wiccanas II

Primeiramente gostaria de agradecer à Cinthia por estar proporcionando-me um novo aprendizado sobre a Tradição Gardneriana. Obrigado amiga.
Queria comentar também que este blog tem por finalidade apenas orientar pessoas que se sentem atraídas pela Wicca, desculpe, mas não adianta mandar e-mails para minha caixa perdindo ajuda com encantamentos, tão menos para que eu ministre aulas de bruxaria.
Bom, fazer o que? Às vezes erramos. A própria Cinthia citou alguns pontos que precisaram de correção. O Dianismo não pode ser considerada uma tradição wiccana, pois ela não é igualitária. Então continuarei com o tópico mas que fique claro que Tradição Diânica não é Tradição Wiccana.

Tradição Diânica

O termo "Diânico" inclui muitas Tradições da Arte e podemos dizer que ele se refere à qualquer ramo da Bruxaria que enfatiza o feminino na humanidade, na natureza, na vida e espiritualidade acima do masculino.

Existentem atualmente duas categorias de Tradições Diânicas:

Primeira
Os que dão supremacia à Deusa, mas reconhecem o Deus em seu culto. Nestes ramos do Dianismo a Deusa exerce papel fundamental e central, sendo o Deus reconhecido muitas vezes como uma extensão Dela própria e mencionado secundariamente em alguns mitos e rituais dentro da Tradição. Estes ramos incluem homens e mulheres em sua estrutura. Diversos destes grupos surgiram dos esforços de Morgan McFarland e Mark Roberts em meados de 1971. Mesmo que atualmente muitos que pratiquem o Dianismo não pertençam à Tradição McFarland, podemos citá-los como formato Diânico igualitário mais antigo e como a raíz ou inspiração e influência para a formação das idéias e Tealogia de diversos grupos e Tradições Diânicas subsequentes.

Segunda
As Diânicas feministas, fortemente influenciados por Zsuzsanna Budapest com foco total na mulher, sem a participação de homens e reconhecimento e culto do Deus e das demais divindades masculinas em sua estrutura religiosa.
O histórico de Diana como Deusa virgem, indomada e de sacerdócio exclusivamente feminino é largamente conhecido. No entanto em seu Templo próximo ao lago Nemi, qualquer homem podia se tornar o Sacerdote de Diana após arrancar um ramo sagrado de uma determinada árvore e cumprir certos preceitos. O seu dever era manter os intrusos fora do recinto sagrado. Para exercer o papel de Sacerdote da Deusa ele se casava ritualmente com Egeria, a fonte de Diana. A Sacerdotisa de Diana, tocava o Sacerdote com as águas divinas e o coroava com uma grinalda declarando: "Tu és o Rex Nemorensis(Rei do Bosque)". Curiosamente, o Rex Nemorensis também recebia o título de Cornífero, nos remetendo ao Deus e o Casamento Sagrado entre o Rei e a Terra, praticado extensamente entre os antigos europes de origem celta.
Nessa Tradição, mesmo sendo Diânica, admite homens e confere aos seus Sacerdotes o mesmo status e poder que outros caminhos do Dianismo concedem somente às Sacerdotisas. Isso nos liga espiritualmente ao conceito do "Rex Nemorensis". Escolhemos este nome evidemente devido sua simbologia profunda. Assim o nome Nemorensis procura conferir à nossa Tradição uma identidade Diânica inclusiva, dando os mesmos direitos Sacerdotais a homens e mulheres no Dianismo.

Em muitas Tradições Diânicas a transmissão de uma linhagem só pode acontecer através de uma Alta Sacerdotisa. Acredita-se que o Dianismo possibilita a comunhão com os Poderes Divinos Femininos e o fortalecimento através deles.
A prática da Arte na Tradição se dá através de Covens, Groves e Círculos.
Um Coven é um grupo iniciático fechado com "no máximo" 13 membros, com fortes laços mágicos e de irmandade. Cada Coven possui suas leis, estruturas e diretrizes que pode variar substancialmente de um grupo para outro, mesmo estando dentro da mesma Tradição e praticando a mesma forma de Bruxaria.
O Grove é a extensão do Coven: um grupo iniciático maior, sem número predeterminado de membros, que é dirigido pelo Sacerdote e/ou Sacerdotisa de um Coven e algumas vezes por seus Elders, dependendo da estrutura e formação de cada grupo de prática.
Assim sendo, um Grove é formado através dos esforços dos membros de um Coven que participam ativamente na formação e instrução dos novatos. De acordo com nossa Tradição um Grove só pode ser formado e dirigido através de um Coven previamente estabelecido, sendo sempre parte integrante dele.
A Iniciação no interior de um Grove não liga seus membros diretamente ao Coven, mas sim à Tradição. Isso possibilita que indivíduos sejam treinados e instruídos dentro da Filosofia e forma da Arte que praticamos, fazendo com eles tenham uma experiência religiosa em grupo com bases sólidas e atinjam o perfil ideal para fundar e dirigir suas próprias comunidades no tempo certo, quando possuirem conhecimento suficiente para isso.
Quando um aluno completa seu ciclo de estudos e expressa o seu desejo de entrar para o Coven ou Grove, ele pode ou NÃO ser aceito para fazer parte do grupo que o está instruindo.
Nem todos os Covens e Groves possuem Círculos externos de estudos. Cada grupo é autônomo para decidir o que melhor funciona para a sua estrutura e comunidade.


Um Coven Diânico no RJ conhecido é o Círculo dos Dragões, mas há tempos que não tenho contato com nenhum membro deles.


Agradeço a todos por estarem acompanhando o blog. Espero que seja de alguma serventia.


Até a próxima

Angus Mac On

terça-feira, 8 de maio de 2007

Tradições Wiccanas

Demorei um pouco para juntar e arrumar o material que a partir de hoje começarei a colocar aqui.
Uma amiga e irmã falou comigo que está gostando do jeito que estou falando sobre Wicca aqui neste blog. Fico muito agradecido querida, espero que continue acompanhando, mesmo que nossa querida Lorien ainda esteja sem tempo para nos agraciar com suas palavras.
Tentarei ser o mais claro possível ao falar sobre um assunto tão delicado como são as tradições wiccanas. Claro que não conseguiria falar sobre todas elas em apenas um post, então vou separar e colocar um post para cada uma das grandes tradições.
Vamos lá!


Tradição Gardneriana

Esta vertente da wicca foi assim chamada por ter sido baseada nas pesquisas e aprendizado feitos por Gerald Brosseau Gardner (1884-1964), Gardner foi um obstinado estudioso do ocultismo, sendo ainda doutor em filosofia e literatura.
Ficou conhecido como "Pai da Wicca", foi capaz de trazer novamente à tona uma religião matriarcal que ele chamou de Wica. A antiga religião há muito não era mais comentada por razões que conhecemos, preconceitos e temores, dentre outros.
A Tradição define a Wicca como um caminho iniciático e uma religião de mistérios que guia os seus iniciados a uma profunda comunhão com os poderes da Natureza e da psique humana, conduzindo a uma transformação espiritual do indivíduo. Uma reunificação com as forças vitais naturais, embora não seja somente isso. Se fosse apenas isso, seria apenas mais um caminho xamânico. A Wicca é muito mais do que apenas um caminho panteísta. Ela é uma religião completa em si mesma e que utiliza a magia, um conjunto de técnicas capazes de alinhá-la com as forças naturais e utilizá-las como instrumento de realização.
Gardner mesmo tendo sido severamente criticado pelo segmento conservador da Antiga Religião por ter quebrado o segredo mantido durante séculos, surgiu a partir dessa época um movimento que não parou de se expandir e de crescer até hoje. Na Lua Cheia e nos Sabás, os wiccanos se reunem em grupos de mulheres e homens nas clareiras dos bosques, nos quintais, nas praias e até mesmo em apartamentos para despertar as energias, equilibrar-se as forças da natureza e acima de tudo cultuar a Deusa. São reverenciados os antigos deuses e reverenciados acima de tudo a Deusa e seu consorte o Deus de Chifres. Os nomes dos deuses variam conforme a tradição: Aradia e Cerridwen são nomes mais comuns para a Deusa e o Deus Cornífero é chamado de Cernunnos ou Herne. Embora muitas pessoas afirmem que a Wicca é uma religião não hierárquica e não dogmática, na Tradição Gardneriana existe uma hierarquia própria dentro dos covens e dogmas (matérias de fé) inquestionáveis a serem aceitos por seus membros. A Wicca possui uma estrutura, princípios e fundamentos que não podem ser negligenciados. A Wicca é uma Arte viva tanto na Europa quanto nas Américas. Ela não é mais uma sombra do mundo antigo, embora tenha suas raízes lá, e é fervorosamente discutida entre alguns antropólogos. Também não é um passatempo bizarro de alguns visionários. Trata-se muito mais de uma religião ativa que ganha diariamente um número crescente de adeptos. O mais importante, dentro dos fundamentos e mistérios wiccanianos, é a possibilidade de transformação pessoal que realmente ocorre quando a pessoa passa por um processo iniciático num coven. Na Wicca aprende a libertar-se de conceitos arraigados na mente por todo tipo de educação e condicionamento. Na Wicca inexistem conceitos maniqueístas e os sacerdotes desenvolvem a capacidade de expandir sua consciência interagindo com a Natureza por meio da própria natureza interior. É através da experiência sagrada com a Deusa e o Deus, e da sagrada união dos opostos, que honra a existência e compreende que Vida e Morte fazem parte do eterno espírito, presente em todos. É nesse sentido que a Wicca se revela uma religião libertária, onde não existe nenhum poder centralizado e dominante, sem julgamentos e punições.
A Tradição Gardneriana não concorda com todos aqueles que insistem que a Wicca é uma religião da Deusa onde não existem regras ou dogmas. O aspirante a sacerdote tem que passar por um período de estudo e aprendizagem que é definido por graus, cada grau no total de 3 vai qualificando o aprendiz à condição de sacerdote. Para os Gardnerianos, não há a autoiniciação e sim a autodedicação, que faz da pessoa um pagão e não um sacerdote ou sacerdotiza da Deusa.

Os três graus

Iniciação do Primeiro Grau
Formalmente a iniciação de primeiro grau torna-a uma bruxa(o) comum. Mas é claro que é um pouco mais complicado que isso.Como todos os bruxos experientes, existem algumas pessoas que são bruxas (ou bruxos) de nascimento muitas vezes podem tê-lo sido desde uma encarnação passada. Uma boa Sumo-Sacerdotisa ou Sumo-Sacerdote costuma detectá-las. Iniciar um destes bruxos não é "fazer uma bruxa"; é muito mais um gesto bidirecional de identificação e reconhecimento e claro, um Ritual de boas-vindas de uma mais-valia de peso ao Coven. No outro extremo, existem os que são mais lentos ou menos aptos muitas vezes boas pessoas, sinceras e trabalhadoras que o iniciador sabe que têm um longo caminho a percorrer, e provavelmente muitos obstáculos e condições adversas a ultrapassar, antes de se poderem chamar verdadeiros bruxos. Mas mesmo para estes, a Iniciação não é um mero formalismo, se o iniciador conhecer a sua Arte. Pode dar-lhes uma sensação de integração, um sentimento que um importante marco foi ultrapassado; e apenas por lhes atribuir a qualidade de candidato, (apesar de não parecer terem qualquer dom), o direito de se auto-denominarem bruxos, encoraja-os a trabalhar arduamente para merecerem esta qualidade. E alguns menos aptos podem tomá-lo de surpresa com uma aceleração súbita no seu desenvolvimento após a iniciação; então saberão que a iniciação resultou. No meio, encontra-se a maioria; os candidatos de potencial médio e forte capacidade de evolução que, se apercebem de uma forma mais ou menos clara que a Wicca é o caminho que têm procurado e porquê, mas que ainda estão no início da exploração das suas capacidades. Para estes, uma Iniciação bem conduzida pode ser uma experiência poderosa e incentivante, um genuíno salto dialéctico no seu desenvolvimento psíquico e emocional. Um bom iniciador tudo fará para que isso aconteça. Na verdade, o iniciador não está sozinho na sua tarefa (e não nos estamos apenas a referir ao apoio de algum companheiro ou dos outros membros do Coven). Uma Iniciação é um Ritual Mágico, que evoca poderes e deve ser conduzido com a confiança plena que esses poderes invocados se irão manifestar. Toda a iniciação, em qualquer religião genuína, é uma morte e renascimento simbólicos, suportados de forma consciente. No Ritual Wicca este processo é simbolizado pela venda e amarração, o desafio, a provação aceite, a remoção final da venda e das amarras é a consagração de uma nova vida.

Iniciação do Segundo Grau
A Iniciação de 2.º Grau promove um bruxo(a) de 1.º Grau a Sumo-Sacerdote ou Sumo-Sacerdotisa; não necessariamente a líder do seu Coven, claro. Um bruxo(a) de Segundo Grau pode iniciar outros apenas, claro, do sexo oposto, e para o 1.º ou 2.º Graus. A Iniciação pode ter repercussões psíquicas e kármicas muito fortes, e se for dada de uma forma irresponsável, os resultados podem tornar-se parte do karma do próprio Iniciador. Os líderes dos Covens devem lembrar-se disto quando decidem se alguém está pronto para o segundo grau, e perguntar-se a si próprios em particular se o candidato é maduro o suficiente para lhe ser confiado o direito de iniciar outros; se não, os seus erros podem muito bem recair no seu karma! Se um bruxo(a) de segundo grau acabado de iniciar tiver sido bem escolhido e devidamente ensinado, é óbvio que não estará ansioso de apressadamente iniciar pessoas só porque as regras o permitem. Existem três elementos que pertencem ao ritual de Segundo Grau que não são parte do ritual de Primeiro Grau. Primeiro, é atribuído ao Iniciado um nome de Bruxo (nome mágico), que ela ou ele escolheu previamente. A escolha é inteiramente pessoal. Pode ser um nome de um Deus ou de uma Deusa que expresse uma qualidade a que o Iniciado aspire, como Vulcano, Thétis, Thoth, Poséidon ou Ma'at. (Os nomes mais elevados de cada panteão particular, como Zeus ou Ísis, devem, sugere-se que sejam evitados; eles podem ser interpretados como arrogância implícita do Iniciado). Ou pode ser um nome de uma figura histórica ou lendária, de novo implicando um aspecto particular, como Amerfin o Bardo, Morgana, a Feiticeira, Orpheus, o Músico, ou Pythia, o Oráculo. Pode mesmo ser um nome sintético construído com as letras iniciais de aspectos que criem um equilíbrio desejável no Iniciado (um processo desenhado a partir de um certo tipo de magia ritual). Mas, qualquer que seja a escolha, não deve ser casual ou apressada; uma consideração e meditação aprofundadas antes da escolha é em si um ato mágico. Segundo, depois do Juramento o Iniciador ritualmente envia todo o seu poder para o Iniciado. Também isto não é uma cerimónia, mas um ato de concentração mágica deliberada, em que o Iniciador aposta tudo o possível em manter e lidar com a continuidade do poder psíquico na Arte. E em terceiro lugar, o uso ritual das cordas e do chicote é a ocasião para dramatizar uma lição acerca do que é muita vezes chamado de "efeito boomerang"; nomeadamente, que qualquer esforço mágico, quer para fazer o bem ou fazer o mal, retorna a triplicar para a pessoa que o faz.

Iniciação do Terceiro Grau
A Iniciação de Terceiro Grau eleva um bruxo ao mais alto dos três níveis da Arte. Resumindo, um bruxo de Terceiro Grau é totalmente independente, respondendo apenas aos Deuses e à sua própria consciência. Pode Iniciar outros no Primeiro, Segundo ou Terceiro Graus e pode fundar um Coven completamente autónomo que (ao contrário daqueles com líderes de Segundo Grau) já não está sujeito à orientação do Coven-Mãe. No entanto, é óbvio que enquanto permanecer membro do Coven-Mãe esta independência está suspensa; cada membro do Coven, qualquer seja o seu Grau, deve aceitar a autoridade da Sumo-Sacerdotisa e do Sumo Sacerdote; se um membro do Terceiro Grau já não o conseguir fazer, é altura de abandonar este Coven e fundar o seu próprio. É como diz na Lei: "Se eles não concordarem com os seus Irmãos, ou se disserem "não trabalharei sob esta Sumo-Sacerdotisa", a Antiga Lei tem sido sempre favorável ao Irmão e com o objetivo de evitar confrontos. Qualquer um do Terceiro pode reclamar o direito de fundar um novo Coven..."O Ritual de Iniciação do Terceiro Grau é o Grande Rito.



Bom meus queridos, como já tinha dito antes, eu não estou aqui para dizer se os Gardnerianos estão certos ou errados, cada um de nós tem que se sentir bem no local que escolheu para seguir os caminhos da Deusa e do Deus. Claro, se optarem por Gardner, terão mesmo que seguir os conceitos que ele afirmou. Bem tenho certeza que os conceitos básicos ele não tirou de sua mente, como disse no texto acima, ele realmente fazia parte de uma "sociedade" ou melhor dizendo "irmandade" que inclusive demonstrou muita irritação quando Gardner decidiu expor para todos os seus conhecimentos. Um livro que eu indicaria para quem quiser saber mais sobre estes Wiccanianos é Wicca Gardneriana de Mario Martinez.

Respondendo a uma pergunta que me fizeram, qual o termo certo: wiccanos ou wiccanianos? Bem, pelo português wiccanianos seria a grafia mais indicada, pois final "ano" se aplica somente a tradução de nacionalidade como indiANO, peruANO, americANO. Na verdade, wicca não é uma palavra traduzida, portanto, wiccano ou wiccaniano ou wiccan ou até mesmo wiccão, estão valendo. O mais importante é que continuemos a seguir a lei tríplice, celebrar e viver com a Deusa e o Deus em nossos corações.



Uma ótima semana a todos, que os Deuses os abençoem e até a próxima.

Angus Mac On